terça-feira, 14 de outubro de 2008

(inf+de)×formação = nada




Ok, ok! Peguei pesado, de certa forma. Generalizei no último post sobre os jornalistas... Cheguei a escrever um texto amenizando as coisas, mas... Voltei atrás e mantive quase todas as minhas opiniões. Tudo bem, acho que realmente existem grandes jornalistas que estudam e/ou estudaram muito bem o seu campo de conhecimento e falam com autoridade a respeito do Jornalismo.

O que me incomoda é que até mesmo este profissional bem-sucedido está submetido às manipulações praticadas pelos donos dos meios de comunicações ou até governos. Duvidas? Acha que é papo de esquerdista estudante de ciências sociais (nada contra, apenas um estereótipo)? Bem, então sugeri-lo-ei três filmes que podem ser vistos no site www.video.google.com (um portal muito interessante que possibilita que tu assistas diversos filmes de longa duração que muitas vezes são difíceis de conseguir, ou simplesmente são inexistentes). São os filmes:

· Zeitgeist: Um documentário audacioso que sugere a comprovação das maiores conspirações do planeta (o pior é que as provas têm consistência e fazem total sentido), tais como religião e as manobras mais maquiavélicas e perigosas dos "donos" do capitalismo americano, desde a Independência do país junto à Inglaterra. O problema é que se você digitar “Zeitgeist Portuguese” no site, vai aparecer uma versão com uma legenda de Portugal terrível, cheia de erros de tradução. Tente se concentrar no inglês, se possível.
· A Revolução Não pode ser Televisionada. Não gostas do Hugo Chávez, não é? Eu imagino que não. Só mesmo Eu é que sou um louco para gostar daquele que todos acreditam ser o ser mais louco da face da terra. Acontece que tudo o que você sabe a respeito dessa figura é produto de manipulação da mídia venezuelana e americana, repassada para a brasileira. É o que chega até nós. O filme é um documentário feito por uma TV Irlandesa que estava na Venezuela a fim de fazer uma matéria sobre o início do governo Chávez (no ano de 2002). Por sorte, bem quando esta equipe irlandesa encontrava-se junta com o governo venezuelano, a oposição direitista do país armou um golpe (bancado pela CIA) para derrubar o presidente Hugo Chávez, eleito pelo povo. Esta, contudo, é uma conclusão minha, pois o filme é imparcial, com entrevistas a pobre e a ricos; imagens do que se passava na época nos canais de televisão privados e no Estatal; imagens da aclamação do povo Venezuelano pelo retorno do seu presidente que jamais chegarão ao Brasil nas telas da Rede Globo e outras. Mostra também os discursos de representantes da Casa Branca, nesse período. Se você ainda acha que o Hugo Cháves é poderoso por causa do seu petróleo, não sabe o que é a elite venezuelana que dominou os petrodólares por décadas. O filme é sensacional e me emocionou.
· Muito além do Cidadão Kane (ou Quem). É um espetacular documentário feito pela BBC, de Londres, sobre a trajetória da Rede Globo desde seu nascimento (no berço da ditadura Militar). É um documentário antigo (feito no início da década de 90). A qualidade é ruim, assim como a dublagem é, pois foi feita por alunos da USP, já que as Organizações Globo compraram os direitos deste filme no Brasil, e ninguém tem acesso a ele, lógico. O filme mostra muitas das peripécias que a emissora fez até chegar ao topo da audiência brasileira e conseguir o know-how para manipular o povo ao seu bem entender. Isso mesmo: O Collor, por exemplo, é uma “produção Globo de qualidade” (já que o Silvio Santos, na época, era sério candidato a concorrer às eleições presidenciais, com grandes chances de vencê-las, e posteriormente o nosso, hoje presidente, Lula estava à frente nas pesquisas).
Bem, veja os filmes e saberás melhor sobre essas coisas importantes.
Este post está mesmo parecido com aquele estereótipo de estudante de Ciências Sociais, vestindo uma camiseta vermelha, escrita em amarelo: "Fora ALCA", ou "Passe Livre". Nada contra.
Não considero ruim o fato de me revoltar diante das injustiças proporcionadas e patrocinadas por poderosos, como bem mostram os filmes. O primeiro filme me deixou deprimido. Por concluir que, se o mundo todo pode ser comparado à um organismo vivo, que depende da cooperação mútua dos seus órgãos para sobreviver, então estamos caminhando para a auto-destruição e ela está mais perto do que eu imaginava. Claro que a nossa noção de tempo nos impede de fazer qualquer previsão (é como medir a distância de Florianópolis a São Paulo com uma régua de 30 cm). Podemos, porém, observar que alguns conceitos inventados pelos pais do capitalismo são absolutamente benéficos para poucos (muito poucos) e extremamente maléfico e exploratório para muitos. O capitalismo não nasceu de ideais por uma sociedade melhor e em busca do desenvolvimento humano, mas sim da vontade de alguns em ter os mesmos privilégios (e poder) que a classe Real tinha na época, através do acúmulo de muito dinheiro. A partir disso: manipulação de informações, como os três filmes bem mostram. (Assista!).

E a profissão do jornalista? É... Posso ter generalizado, e tudo o mais, no último post... Mas me revolto em saber que essa classe (e a dos profissionais da mídia, em geral) é conivente com as decisões que vêm de cima: Mais desgraça, mais emburrecimento, Zorra Total, mais sensacionalismo, mais baixaria, etc.

Uma esperança, contudo, me veio à cabeça nesse instante. É algo que eu tinha comentado no último post: Internet. Acho que essa coisa, essa palavra, essa ferramenta, (o que é a internet, afinal?), enfim, esse meio de comunicação e integração de informações é algo que será estudado daqui a centenas de anos como um marco histórico semelhante à escrita. Com a Internet, não somos reféns do lixo que nos é empurrado. Aliás, a mim não há problema, pois possuo a capacidade de discernimento. O que me preocupa e me deixa chateado é saber que muita gente, de fato, utiliza o que é veiculado na mídia como verdade absoluta. Assista aos filmes e leia esse post novamente.

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