terça-feira, 6 de outubro de 2009

um adendo

Se eu fosse falar sobre os projetos de transportes para a Copa e Olimpíadas, ficaria dias aqui escrevendo, pois gosto do tema.

Para os desconfiados sobre os congestionamentos do Rio de Janeiro, leiam apenas esta reportagem no link abaixo, do Jornal do Brasil, publicada neste site de notícias de transportes que visito diariamente.

A conclusão é simples: Existem soluções para todos os problemas de transporte de todas as cidades brasileiras. Soluções que não necessariamente são caras, como no exemplo da reportagem, mas soluções inteligentes e inovadoras. Como está escrito lá, sempre faltou vontade política, o que não é novidade no nosso país.

Sendo assim, nada melhor que uma visita para darmos uma geral na casa.

complexo de vira-latas

Gosto muito da palavra falácia. Segundo o dicionário Michaelis, seu significado é bastante simples: qualidade de falaz, engano, logro, burla. Mas não é isto o que me chama atenção na palavra. Para mim, seu significado vai além. Falácia é uma mentira. Mas não é uma mentira qualquer, é uma mentira qualificada, embora também tenha pernas curtas. Falácias são mentiras utilizadas em explanações pobres em argumentos. Comerciais de televisão estão repletos deste artifício. Quando se fala "compre do meu produto, é o mais novo do mercado", quer dizer que o mais novo é o melhor? Falácia! Por que devo optar somente pelo fato de ser o mais novo? Isto é um argumento ad novitatem, do latim.

Mas as falácias mais cabeludas são encontradas nos debates políticos e de ideais.

"Em Brasília só tem ladrão!": Falácia generalista.

"Não adianta pagar impostos, vou mesmo sonegar, eles vão roubar tudo mesmo...": Falácia sem-vergonha.

"Copa no Brasil? Olimpíadas? E o povo passando fome? Não, não devemos sediar estes eventos, não somos capazes! E as balas perdidas?" Falácia burra.

Quer dizer, então, que a cúpula do Comitê Olímpico Internacional e a da FIFA são um bando de idiotas completos e que deixarão os turistas que nos visitarão correndo perigo.

Já que este assunto está na pauta de qualquer brasileiro, que em geral gosta de falar mal de qualquer coisa apenas por falar, e logicamente utilizando falácias, vou exemplificar todo esse papo com um textinho que recebi.

2 de October de 2009

Rio 2016:

Agora, são 180 milhões de fiscais. É obrigação inerente ao jornalismo ser crítico. Jornalista não deve fazer oba-oba, jornalista deve fazer jornalismo. Informar, denunciar e criticar. E, em meio à festa popular pela escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, não podemos esquecer quem são aqueles que estão à frente deste projeto. E entender que as eleições de 2010 ganharam importância ainda maior.
Os que levarão adiante a organização das Olimpíadas nos próximos sete anos são, em boa parte, os mesmos que organizaram o vergonhoso Pan-Americano de 2007, que teve como marca as denúncias de superfaturamento de obras e investimento de mais de R$ 800 milhões em recursos públicos.

Criei, inconscientemente, a imagem de uma jornalista mulher, jovem e recém formada como autora deste texto falacioso.

1- Ao ser crítico (e, portanto criticar para bem ou para mal) pode acabar fazendo oba-oba, visto que a crítica se dá pelo ponto de vista de um só indivíduo, o que escreve o texto que deveria ser meramente informativo.

2- Quem disse que "quem levará adiante a organização das olimpíadas nos próximos sete anos serão em boa parte os mesmos do Pan?" Lamento informar à minha jornalista imaginária que, em 2016, já estaremos no segundo ano de governo do presidente depois do próximo, ou seja, mais dois presidentes eleitos diferentes, caso não haja reeleição. Se Eduardo Paes (prefeito do Rio, PMDB) não se reeleger em 2012 não será a mesma “boa parte” de quem está a frente da organização. E o que é "boa parte?" Falácia.

3- Pan-Americano de 2007, vergonhoso????? Vergonhoso para quem? Sou muito orgulhoso das organizações dos jogos Pan-Americanos, fizemos um excelente trabalho elogiado mundialmente e que credenciou o Rio a sediar as olimpíadas de 2016.

4- "Denúncias de superfaturamento de obras". Denunciar, qualquer um denuncia. Eu denuncio, tu denuncias. Onde estão as provas? A falácia é tão grande, que o valor é absurdo. Provavelmente o investimento público total não deve ter passado dos R$800 milhões. Nesse caso, a pessoa que teria superfaturado o valor, teria conseguido a façanha de desviar 100% do orçamento sem que ninguém conseguisse provar. Impressionante.

Gente, é triste que ainda haja quem fale mal de as olimpíadas serem no Brasil. O pior são os jovens. Estes, costumo chamá-los de burros. Isso mesmo. Em 2016 estarei com 29 anos, e estarão faltando engenheiros e administradores (bom para o meu caso), bem como médicos, profissionais de hotelaria, arquitetos, advogados, pilotos de avião, motoristas, camareiras, taxistas, mão de obra para serviços mais simples... Tudo! Estará faltando gente para trabalhar em todo lugar!

Para se ter uma idéia, só para o período da Copa do Mundo em 2014, está prevista a visita de um número de estrangeiros ao Brasil equivalente ao de 3 anos iguais aos de 2008! Será a nossa hora de, com menos de 30 anos de idade, encher os bolsos. E agora não é mais uma questão de otimismo, como no meu último texto, mas sim de realismo. As oportunidades estão aí, para quem quiser enxergá-las.

Meu professor de Administração dos Serviços (este tipo de administração, aliás, será o mais eloqüente nestes períodos importantes) contou certa vez que um conhecido seu, que tem um negócio no ramo de viagens, já está organizando translados de Florianópolis para Curitiba e Porto Alegre, com listas de espera para assistir aos jogos da Copa. Ele está também torcendo muito para que a Argentina se classifique para a Copa, contrariando sua vontade como torcedor, para que então ele possa explorar também o potencial turístico dos argentinos que visitarão a capital catarinense durante a competição – muito mais interessante comercialmente que o dos colombianos, por exemplo.

É claro que temos problemas, meus amigos. Os Estados Unidos hoje têm os maiores problemas financeiros do mundo. Problemas com imigração clandestina e com pobreza crescente. Mesmo assim, lá estavam eles candidatando Chicago à sede dos jogos. Nossos problemas vêm diminuindo ano a ano (inclusive a miséria) e a classe média com poder de compra não pára de aumentar. O mundo percebe isto, evidentemente.

O que muitos não conseguem – ou não querem – enxergar é justamente a incrível chance que temos de resolver muitos, mas muitos desses problemas. Choverá gente querendo colocar seu capital aqui para melhorarmos nossa infra-estrutura. São negócios. Serão investimentos com o foco no esporte, mobilidade e segurança. Em menor escala, mas muito importante, a saúde. Pilares importantíssimos para um desenvolvimento melhor sustentado.

Não se pode deixar que argumentem "ah, mas vão roubar muito!". Ah é? Pois vão roubar mesmo, duvido que não haja gente mal intencionada envolvida. Mas muito menos do que as pessoas bem intencionadas. Agora, não podemos deixar o bonde passar simplesmente porque não acreditamos na nossa honestidade (é melhor não fazer nada, então, e deixar tudo como está).

Por falar em gente envolvida, eu é que quero ser uma delas, no meio disso tudo, um dos maiores salões de negócios que o nosso país haverá de ver em sua história.