terça-feira, 16 de junho de 2009

the book is on the table

Ficou bem famoso um vídeo na internet onde mostra o jogador de futebol do Manchester United da Inglaterra, o brasileiro Anderson, apanhando para a língua inglesa em uma entrevista para a televisão do clube. Gente que fala inglês bem (ou que acha que fala) se diverte com as legendas irônicas e com a dificuldade do garoto de 21 anos em se expressar em inglês.



Pode me achar chato - eu sou muito bem humorado, aliás - pois eu não vejo a menor graça disso, a não ser a cara engraçada que o Anderson tem. Primeiro porque eu sei como é tentar se comunicar em outra língua e não ser bem sucedido: não é engraçado. Mas principalmente pelo fato de que há 6 anos, aproximadamente, o Anderson era um guri praticamente de rua, em Porto Alegre. Anderson não teve oportunidade a nada, nasceu em um bairro super pobre e violento da capital gaúcha mas teve a sorte de jogar futebol como poucos. Hoje ele é jogador de seleção brasileira e de um dos maiores times da Europa, o Manchester, vive em um país de primeiro mundo, é bem sucedido no que faz e mais: não se intimidou e tentou falar inglês, mesmo que de forma bizarra. Ainda assim, melhor do que tê-la evitado.

Tem gente por aí que fala inglês maravilhosamente bem mas que é péssimo no que faz e foge dos seus desafios.

Lei Seca, não tão seca.

A Lei Seca é inconveniente. Traz transtornos. A Lei Seca atrapalha. Tem gente que não está nem aí para a Lei Seca, como eu e, provavelmente, você.

Mas,

no primeiro mês de vigor da Lei, a queda no número de mortes por acidentes de trânsito foi surpreendente. No início, aqui em Florianópolis todos ficamos preocupados com as frequentes blitz nas noites da cidade e tomamos providências para não sermos pego em uma delas. Uma amiga minha, estudante de medicina, ainda me confirmou que era perceptível a redução das ocorrências de acidentados nas madrugadas do hospital em que ela dava plantão.

Logo depois, a fiscalização afrouxou e tudo voltou como era antes, inclusive as mortes e os acidentes. Bem como a nossa negligência em dirigir depois de ter bebido.

Falácias do tipo "não há outra opção a não ser o próprio carro" são comuns. Os táxis podem ser caros, mas quem tem dinheiro para gastar mais de cinquenta reais em bebida também deve ter para pagá-lo, ou ainda, em uma possibilidade mais econômica, revezar a tarefa incômoda de não beber, entre um grupo de amigos. Realmente o preço, em minha opinião é a perda da comodidade e da conveniência.

Não é fácil, não estamos acostumados com este comportamento de não beber para dirigir ou vice-versa. Uma mudança na cultura das pessoas, entretanto, há de ser feita. Se todos parassem de beber e dirigir, eu também pararia e você também, garanto. Como ninguém se mexe primeiro para mudar, me parece que a saída é mesmo o retorno do policiamento, fiscalização pesada e punições severas para definitivamente nós nos comovermos e nos convencermos de que devemos mudar.

faladores e faladoras

Existem muitas falsas verdades que apenas são tomadas como verdade, mas que, na verdade, não o são. Uma das verdades verdadeiras que eu aprecio é a frase: “Se não possui nada melhor a dizer, o melhor é não dizer nada”. Se todas as pessoas no mundo de hoje adotassem esta verdade e a exercessem sempre... Ah, muita coisa seria diferente.

O falar é próprio de algumas pessoas. Volta e meia eu reparo em rodas de conversa, na televisão, no cotidiano, enfim. Tem pessoas que sentem uma necessidade impressionantemente grande de falar, enquanto que outras sustentam uma dificuldade pavorosa de se comunicar por meio da fala.

Um lugar comum, porém, é possível de se determinar entre estes dois tipos de pessoas: a vontade cada vez maior, em virtude da necessidade de sobrevivência, de se dominar a oratória. Quem tem boa oratória tira uma nota melhor no trabalho da faculdade, pode virar um (bom) político, pode enganar a namorada ou o namorado, se sai melhor em uma entrevista de emprego, em uma entrevista para a televisão, de repente até faz mais amigos do que aquele que pouco fala, ou que verbalmente se expressa mal.

Falar bem, todavia, não significa falar muito ou demais. And that is the point! Falar bem, na minha concepção, é apenas uma parte do exercício de conviver civilizadamente com outras pessoas. O ciclo todo seria, portanto: ouvir, assimilar, pensar, falar educadamente conforme o ambiente e dar chance ao próximo de falar também. Vejo, contudo, o tempo todo gente não cumprindo esse roteiro básico de civilidade e se passando por inconveniente, mal educado, etc.

Como já disse, tem gente que não consegue deixar de falar, mesmo que o que está sendo dito não interessa a ninguém e o interlocutor fica ali, perdendo seu tempo com bobagens, assuntos cansativos e muitas vezes “autogabação”, pois quem não para de falar deve mesmo ser o entendido de todos os assuntos.

Estas pessoas, entretanto, a mim não parecem entendidos coisa nenhuma e sim, inseguros e sedentos por autoafirmação. Um exemplo rápido e corriqueiro é quando se comenta de um contratempo ocorrido em uma viagem ou aeroporto recentemente com alguém. Muito provável que os faladores prontamente se manifestem querendo contar de quando isto ocorreu com eles mesmos, acrescentando com detalhes sobre o lugar e a viagem em si, pois era exatamente isto o que eles queriam mostrar para os demais, afinal, quem é que viaja com freqüência razoável e nunca teve um revés nestas andanças?

Outra indelicadeza que muito se comete por conta da insegurança é desmerecer alguma roupa fora de moda de alguém, algum cabelo mal arrumado, ou um descuido com o visual na frente de um grupo (e em vez de alertar a pessoa reservadamente) na expectativa de transmitir aos demais que se veste ou se arruma bem e afirmar esta imagem. Muitas vezes (na maioria delas) o tiro sai pela culatra e as pessoas acabam criando outro tipo de imagem: arrogante, estúpido.

E falar além da conta também pode ser explicada pelo fato da deficiência da capacidade de escutar.

É por isto que, plagiando um apresentador de programa de rádio, eu acho que devem ser criados cursos de “escutatória” para complementar os tantos e tantos que existe de oratória. Quer falar bem? Então vá aprender a escutar, primeiro! Não me refiro apenas ao sentido fisiológico de ouvir, mas sim ao de escutar plenamente o que uma pessoa tem a dizer, interpretar, levar em consideração para então transmitir uma réplica – é claro que o que foi escutado também deve ser filtrado e, se não for interessante, o melhor é não ouvir nada.

falador
fa.la.dor
adj+sm (falar+dor) 1 Que, ou quem fala muito. 2 Que, ou o que diz o que devia calar; indiscreto. Fem: faladeira. Fonte: Dicionário Michaelis

quarta-feira, 10 de junho de 2009

gêneros

Acabo de retornar do cinema. Assisti ao filme brasileiro "A Mulher Invisível".
Tirando o final meio decepcionante (bastante enquadrado ao estilo Hollywood) o filme é sensacional.

Claro que, como a maioria das pessoas que está lendo este texto provavelmente ainda não viu o filme, não entrarei em detalhes. (Vá logo assistir!!!)
Gosto muito do cinema nacional, eu me sinto muito mais parte do filme, me identifico com o estilo de vida das pessoas, desde as gírias, o jeito de falar (que é muitíssimo mais natural do que nas novelas) até com a música que toca em algum ambiente-cenário, geralmente conhecida.

Além disso, como nacionalista ferrenho, gosto de valorizar qualquer tipo de arte do Brasil.

Tirando isto, o filme trata de um tema que muito me agrada: as relações sociológicas entre mulheres e homens. Li ultimamente o famoso livro "Porque os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?" e fiquei ainda mais entusiasmado com a temática.

Com o auxílio deste livro, e de outras literaturas, cheguei à conclusões interessantes e que, em breve, relatarei aqui no blog, pincelando minha opinião. Mas agora está tarde e vou dormir. Bonsoir!

terça-feira, 2 de junho de 2009

AF447

Neste momento eu estava tentando terminar um trabalho da faculdade, mas não consigo desgrudar da Globo News, que não pára de trazer informações sobre o acidente com o avião da Air France.

Como já disse outras vezes, sou apaixonado por aviação e, quem sabe, um dia trabalharei neste ramo. Uma notícia dessas, portanto, me deixa realmente apreensivo e chateado.

Os acidentes recentes ocorridos no Brasil somados a este atual podem trazer à mente das pessoas a idéia de que a aviação não é mais um meio de transporte seguro. Afirmo, contudo, de que é o meio mais seguro e confiável de se viajar que existe. É mais fácil você ganhar na Mega Sena do que se acidentar em um avião, matematicamente.

Este caso específico da Air France é o mais estapafúrdio acidente que eu já vi. As chances de uma aeronave se acidentar quando esta se encontra em altitude de cruzeiro (ou seja, quando ela não está nem subindo e nem descendo, segue por uma altitude constante) representam 2% dos casos de acidentes aéreos. Se tratando de um avião moderno como o Airbus A330, torna-se ainda mais intrigante.

A hipótese de que o avião teria sido atingido por um raio é nula, em minha opinião. A probabilidade de alguém, ou um objeto ser atingido por tal evento atmosférico é zero, ou muito próximo disso. Ainda assim, a aeronave suportaria a descarga.

O que mais se aproxima do provável pelo jeito é uma turbulência descomunal somada a uma pane em todos os sistemas de controle do jato, pois todos os aviões modernos são submetidos a terríveis testes de resistência à turbulências e variações bruscas de altitude, antes de serem entregues para sua utilização comercial - há registros de aviões que perderam 4mil metros de altitude em turbulência e recuperaram a estabilidade posteriormente, mas é claro que seus sistemas de controle não foram danificados.
Finalmente, os aviões da Airbus são dotados de três sistemas independentes. Mesmo neste caso especulativo meu, a probabilidade da tripla pane ter ocorrido é extremamente pequena, pois a chance de os três sistemas falharem ao mesmo tempo é a multiplicação da probabilidade de cada um dos sistemas falhar, que já são muito baixas.

Ou seja, é mesmo um caso inédito e inacreditável. 

Se esta minha teoria  - que é a mesma de alguns entendidos do assunto - for confirmada, será extremamente difícil encontrar partes do avião, pois ele despencou de uma altura muito grande (mais de 10 mil metros de altitude) e pode ter se desintegrado em várias partes. Além disso, procurar um avião no oceano Atlântico é como procurar um alfinete em um campo de futebol. Terrível.

Esta foto é a do avião matriculado como F-GZPC, lamentavelmente acidentado.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

a copa do mundo (não) é nossa...

Pois é. Floripa está fora da Copa de 2014. Alguns estão dizendo "ainda bem, não temos estrutura". Já comentei esse assunto no blog e volto a dizer: nenhuma cidade brasileira tem estrutura para sediar jogos de copa do mundo! Todas as cidades passarão por revoluções na sua infra-estrutura e essa seria uma ótima oportunidade de Florianópolis melhorar seu transporte coletivo, sua estrutura caótica viária e ganhar um novo aeroporto para desbancar o nosso terminal ridículo. Além disso, aumentar-se-ia a estrutura hoteleira e principalmente o padrão do serviço que, assim como nos demais setores do turismo aqui da cidade poderia finalmente se profissionalizar e abandonar de vez o amadorismo que oferecemos.

Enfim, uma pena!

Agora, não sei se é justo que o Nordeste brasileiro tenha ficado com 4 sedes e o Sul, com 2. Vá lá que o turismo naquela região é muito mais desenvolvido que aqui e que Salvador, Recife e Fortaleza são cidades importantes e de grande porte. Mas, Natal? Nada contra a capital potiguar, dizem que é linda, por sinal. O futebol em Santa Catarina, todavia, é muito mais desenvolvido que o de lá, assim como o fluxo de turistas na alta temporada é maior aqui e, finalmente, a população de Santa Catarina é o dobro da população do Rio Grande do Norte.

Dizem as más línguas que David Beckham estaria empreendendo um resort, restaurantes e não sei mais o quê, lá em Natal. Também não sei se isso é verdade e até que ponto influencia a decisão da FIFA para a escolha das cidades-sede.

Bom, acho que o país perde por deixar a capital manézinha de fora e nós, manézinhos, perdemos mais ainda.