terça-feira, 14 de outubro de 2008

eleições parte I - politiquinhas

Era uma vez um país onde não se podia falar o que não se devia. E o que não se deveria falar? Ora, coisas determinadas pelos donos do poder: Os Generais do exército. Hmm... Serão mesmo eles os verdadeiros donos do poder na Ditadura Militar? Bom, deixa pra lá, pois isto é outro papo. Digamos que eram eles, mesmo na condição de fantoches, faça de conta que eles eram os poderosos. Não era permitidas reuniões de estudantes. Nem simples encontros em apartamentos. Poderia ocorrer o azar de algum espião estar infiltrado na galera (como aconteceu com a turma da minha mãe).

Não se podiam ouvir certas músicas. Bom, calhambeque-bi-bi você poderia ouvir à vontade, era até incentivado pelos grandes generais. Roberto Carlos e outros eram a verdadeira "jovem guarda" do governo. Mas se você preferisse Chico Buarque, Caetano, Geraldo Vandré, entre outros... Bom, aí não poderia ouvir em público. Melhor nem ouvir, para não correr o risco de ser torturado, preso, exilado e até morto.

Tantas brutalidades... E nem um acréscimo positivo sequer para a população. Somente destroços. Sucatearam a educação pública propositalmente, por exemplo, para "emburrecer" o povo de vez (antes da ditadura, meu Pai estudou em um dos melhores colégios do Rio Grande do Sul, público, é claro).

Mas irei encurtar a história.

Após a pequena abertura política em 1984, admitiram-se dois partidos apenas: Um que representasse o governo opressor, e outro que representasse a oposição.
ARENA e MDB, respectivamente. (Aliança Renovadora Nacional e Movimento Democrático Brasileiro).

Bom, então para as eleições indiretas para Presidentes, havia dois candidatos ao pleito: Paulo Maluf (ARENA) x Tancredo Neves (MDB). A votação seria muito acirrada e o risco de Maluf vencer e continuar com as mesmas pessoas no governo era eminente. Entretanto, algo curioso aconteceu: Alguns dissidentes da ARENA saíram da chapa e montaram um novo partido para apoiar o MDB de Tancredo.

Foram eles: ACM, Jorge Bornhausen, José Sarney, entre outros... (que timezinho de safados, hem?), e chamaram seu novo partido
prostituído de PFL.
Evidentemente que com esse apoio de peso, os democráticos do MDB (que hoje é o PMDB) venceram as eleições e o resto você já sabe.

Isto tudo está ligado, de certa forma, as eleições desse ano.

Pois é. É importante lembrar que a ARENA, depois virou PPB e atualmente é conhecido como PP. Mas como o nome já é meio queimado pelo Maluf, então é mais conhecido por "11".
O
PFL, depois de tanto desgaste do nome e de um profundo estudo de marketing, resolveu que o partido deveria ser chamar "Democratas". Peraí, mas esses caras não eram da ARENA, ligados à ditadura militar? O que isso tem de democrático? Vai entender...

O Dário, em 2000 concorreu à prefeitura de São José pelo PFL, hoje DEM, mas pulou para o PSDB e hoje se encontra no PMDB. César Souza Júnior (e isso é lá nome de prefeito?) agora é o candidato do DEM e critica Dário na questão da saúde, sendo que o seu candidato a vice, Walter Luz, foi o secretário da saúde do Dário até o ano passado. Pode? Como é que o cara critica o trabalho do próprio vice, meu Deus?

O Aminzão, não. Ele não faz nada disso. Foi prefeito de Florianópolis nomeado pela ditadura e assume isso com tranqüilidade. Mas que estava lá no ARENA junto com o Maluf, estava.

Coloquei parte I nesse post, mas não sei se escreverei a parte II. Pense a vontade sobre estes fatos, se bem que eu sei que não farão a mínima diferença para você. Uma pena: história é sempre importante.

Nenhum comentário: