quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

jeitinho brasileiro

Brasileiro tem uma forte inclinação à anti-democracia. É impressionante.


Frases recolhidas do meu cotidiano:


"É, agora temos que tomar cuidado com essas piadas: Dá cadeia, né? Até nego agora temos que respeitar, vê se pode..."


"Agora que qualquer pé-rapado pode comprar carro o trânsito fica assim... É um absurdo!"


"Ah, também, agora pobre pode andar de avião, né? Aeroporto virou rodoviária, é uma tristeza aquele povão todo..."


"Até a viadagem foi permitida, agora! Onde é que vamos parar?"


Em um almoço de família (que naõ era da minha família) alguém comentou que viu um casal de gays de mãos dadas. Os demais lamentavam: "aah não.... Que absurdo! Que desagradável".


O brasileiro sempre viveu na desigualdade. Não entende que sociedade desenvolvida é sociedade igual. Quem está na classe dominante (seja social, sexual, racial) não quer assistir a ascensão do sujeito que julga inferior.


O brasileiro ainda está se acostumando, lentamente, com a democracia e com os direitos humanos.


Às vezes essas reflexões freiam meu otimismo quanto ao nosso desenvolvimento.

Nenhum comentário: