terça-feira, 14 de dezembro de 2010

texto vago

Há momentos na vida que eu paro para refletir sobre minhas características pessoais que dizem respeito à relação com os meus sentimentos e com o mundo que me cerca. De que maneira eu lido com um relacionamento, com uma simples conquista amorosa, com um jogo de futebol entre amigos, com um jogo de futebol do meu time, com a conquista (ou não) de uma vaga de emprego, com os sucessos e fracassos na vida estudantil e tudo o mais que envolva as minhas emoções.
Em geral, costumo levar tudo de maneira intensa, muito intensa. Se meu time de futebol ganha um campeonato, é motivo para esquecer-se de tudo e comemorar muito. Se eu consigo conquistar a guria que pretendia, a felicidade é tamanha que tudo em volta passa a ser menos importante. Se eu jogo bem uma partida de futebol, me sinto um craque pronto para jogar profissionalmente. Se consigo uma boa nota, me considero um gênio. O problema está em frear este caminhão de emoções quando o jogo se inverte.

Mesmo no alto da autoconfiança e da sensação de super homem, devemos admitir: não se pode vencer sempre.

A felicidade, que em geral é trazida pelas pequenas e grandes vitórias diárias, deixa-nos extasiados e com gana de prosseguir vencendo. Coloca-nos, entretanto, em um estado menos autocrítico e de dispersão – ou negligência – em relação ao resto do mundo e à nossa própria conduta.

A inevitável e mal-vinda tristeza nos deixa depressivos, sem vontade de viver. É o grande mau que ninguém quer sofrer no século XXI. Pois eu digo que, ao menos, ela deixa-nos mais ligados e, com um pouco de pró-atividade para vencer a inércia, é combustível para a busca de mais vitórias, apesar de toda a dor que ela provoca na alma e do constante despreparo que temos para o que pode vir a dar errado.

Acredito que estas sejam as sensações universais de todos com relação à alegria e ao desgosto. O que diferencia entre cada indivíduo, portanto, é a intensidade de sentimentos que cada um coloca nas suas conquistas e fracassos. Ser intenso quando se ganha é ótimo, excelente, a melhor coisa do mundo. O contrário é totalmente válido para quando se perde.

Pergunto-me nesse momento se, na média, as pessoas que não se emocionam tanto diante dos eventos de suas vidas – e olha que eu conheço muita gente assim – não acabam sendo mais felizes e mais equilibradas para construírem suas vidas.

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mana disse...

Eu me faço essa mesma pergunta, muito! Até que ponto vale a pena viver intensamente? Será que viver dessa forma nos leva mais longe ou acaba por nos reprimir? Talvez um pouco de fluoxetina não seja tão mal assim...